Soneto da (im)perfeição

No tédio por não ter nada a fazer
o agora maluco põe-se ao trabalho
de escrever da sua loucura seu ser
tornando-se um escravo do caralho.

Na loucura do seu novo afazer
o ócio mental vira num atalho
para a dor mortal ao "num" escrever
transformando a estrofe em um retalho.

Cansado ao não ter o que pensar mais
enfeita pobremente com jamais
esforçando-se para manter de novo a métrica...em vão.

E já prestes a desistir com ódio
que também é mortalmente um ócio
o são para, reflete, olha e sorri
ao concluir que nem ele nem nada são perfeitos.