Sinto-me tão pesado
e vazio
Não sinto fome
mas também não estou saciado
Tenho fé e acredito
a religião quase isso
Um dia eu chego lá

Tudo se desfigura ao meu redor e desmorona
me arrastando junto na aberrante transfiguração
que crio afundando-me apavoro e ocupo
por não pertencer a lugar algum
embora eu seja matéria
ocupo espaço
e posso estar em qualquer lugar
e até em dois ao mesmo tempo
basta ir
entretanto estou sem forças
recuperando-me de antigas forças perdidas
cansaço

Esqueci que ora voo ora caio
Deixo para depois
Para o amanhã imaginário
bocejos e hipnoses

estou dormindo
pontos e paradas não existem
no reino que adentro

rio adentro
transtorno
men
tal
sono

Às avessas