Sem título

Cambaleando tonto ao som de instrumentos que o rodeavam em algum lugar
ou a música tocada no e pelo vento
andava dançando tropeçando se agarrando ao que encontrasse suas mãos.
Olhou para o turvo Céu e viu a Lua...
escorregou e no chão viu outra lua.
Sem saber o porquê de repente sentiu um estranho desejo ardente de tomar para si as duas luas
e se declarar senhor do universo.
Se pôs de quatro e estendeu a língua para tomar a lua presente na água limpa no chão imundo
e sem controle chorou como uma criancinha
salgando a água que ao mesmo tempo matou sua sede e lhe dava sede
e o fez cair bêbado na lua após perder o equilíbrio no céu que dançava a flutuante música.
Tão desesperado sem saber
riu...-se com o desconhecido visto no céu
que se deformava em múltiplas faces de uma só
e flutuavam pelas ondas da melodia e do mar
que escondeu sua sede junto dele na imensidão de água do mar
que o encobriu na escuridão.

Que mais se salga ao verificarem que o álcool acabou.

As velas indicam o caminho que instintivamente queria fugir...
mas era animal demasiado amoral.
Animal que morreu de sede na imensidão aquosa.