Algum lugar

Postes enferrujados,
ruas em neblinas.

Cores apagadas,
balanços esquecidos pelo vento.

Sussurros ecoados na esquina esquecida,
todo o passado num retrato no chão emoldurado.

Anúncios luminosos apagados (ou queimados),
manequins perdidos em meio a cacos.

Ratos e baratas proliferam-se num duelo que os afogam,
carcaças largadas no caminho e
pombos pombos pombos levam alguma coisa...

Poças de chorume choram putrefação,
lixo por todo os lados destroços confundem.

Cinza sol e amarela lua (onde estão além de mim?Aonde?)

Construções desmancham (algo...)

A cidade está vazia
ou sou só eu?

Estou aqui...ali...em nenhum lugar.Em lugar algum.

(Vazio e cheio completam à busca pela perfeição perdida.)