Nós e o Universo

Estava sozinho,
e você também.
E juntos, estávamos sozinhos
até que resolvemos nos encontrar sem querer
e quem sabe nos resolvermos, sem querer.
Matar saudade...

Vimos tantos sóis,
mesmo sendo um só.
Estamos distantes
mesmo tão pertos.
Vivemos em planetas diferentes.
Somos um para o outro o outro alienígena
que não conheceu o seu semelhante no espelho do tempo
ou não se reconheceu.

Agora não olhamos para o mesmo horizonte
que talvez ainda nos iluda...
mas isso nós não sabemos...
eu não sei.

Estávamos perto
estando tão distantes.
Saíamos em dúvida
estando tão sós?
Maldita saudade...

Estamos em constante processo de mudança.
Não faz mal, um dia a gente se encontra.
A saudade será onde encontrarei a ausência.
E quem sabe você...
quem é que sabe as perguntas entendidas?

Na saudade o tempo se torna uma ilusão
e nele mais velhos nos vemos,
parecendo toda a existência ter acontecido ontem
e o amanhã ainda esperamos seguindo sempre em frente,
do tempo poucos escapam até perecerem em memórias.
Os desejos criam mundos paralelos
onde sempre se realizam. 

Será a lua uma só?
Só sei que dentre tantas é única.
Como queria perto de mim...
Sós perdidos por socorro procurávamos
então com pensamentos me lembro
que dentro de mim ainda vive em lembranças
recordadas com afeto.

O Sol brilha para todos
enquanto o coração pulsar alegria.
Posso colorir o céu com um arco-íris
mas tudo estará condenado sem a cor de dos seus olhos
que me aprisionaram e agora liberto encontro-me caminhando em círculos.

Entre tantas estrelas perdidas no céu
encontro aquela que um dia apontamos sem medo do mundo
e é a mesma que brilha em você.

E as pessoas mudam com suas estações.
Nada é constante,
o resto é simples acaso dado no susto satisfeito em nada planejado.

Conhecíamo-nos tão bem
e agora nem nosso mundo conhecemos.
Somos planetas orbitando órbitas que colidirão
A eclipse que nos ronda nos assombra,
olho nos seus olhos que fogem com a gravidade
o pouco de esquecidos sonhos esquecidos
e enterrados no que era o céu.

Qual o motivo de o céu ser azul se o mar também é?
Estão ambos tão tristes ao conhecerem o vício de precisar um do outro?
O exterior se resume à escuridão de todas as cores sem calor.
Somos rodeados de vazios e contradições
que por vezes se explicam,
por vezes se resolvem.
Tudo é tão simples assim?

Águas passadas não movem moinhos.
As palavras ditas foi a flecha que errou a maçã
e as não ditas em silêncio que mentiram a si próprias.
Somos o que fomos e somos que podemos ser,
quem queremos ser
para ter o que sempre falta
e não basta.

A estrada foi apagada
por lágrimas derramas.
A montanha foi levada e lavada pelo oceano.
Vulcões em raiva incandescente explodiram. 
Meteoros vagam rumo a algum lugar o mais rápido possível.

Éramos evento,
e de repente
o elo que nos ligava
pelo vento foi e não voltou.
E...e...

Oh! O buraco negro
de tão infeliz é seu caminho ao sugar
e a todos felizes e infelizes somem em sua perpétua solidão
que, mesmo assim guarda dentro de si
a luz que dará vida.

Pois então venha comigo.
De mãos dadas voaremos alto até o infinito.
Lá talvez seja um pouco melhor que aqui
e lá presenciaremos o sol que nunca se põe
testemunhando a fé que vive nas memorias e brilha na sua ausência.
O norte é o céu e é lá que me encontrará.
O maior caminho é o percorrido sozinho,
na alma.
 
Entrei no ventre da morte
e agora sou energia.

A morte é outro caminho para a vida.

O futuro alterou o passado.