Ode à língua portuguesa

Tão rica
que foi roubada.

Depreciada.Enterrada luta.

Escrava pela senhora escrita escrivinhada
da gramática não lida, esquecida
por quem prefere ao estrangeiro
à ignorância de não ser culto brasileiro,
desconhecer a sua própria cultura,
seus valores e sua identidade...ambos os três...

Da língua portuguesa nasceu meu nome, meu eu
e uma segunda mãe.
Mãe pátrida que acolhe nações
e guarda um povo;
com seus pobremas, regimes e assassinatos de vulgos jênios.
É muita riqueza para ser levada pelas naus e pelos paus,
roupas ou não.

Ao abrir mão das palavras
mora na boca e ouvidos da comunicação
e uma parte de mim fecha-se.

Se o mundo não é o suficiente,
cria-se outro sob medida para caber tod´alma
cuja escala é a escrita
que se estratifica nas camadas da cultura.

É tanta riqueza...que a torna única,
que a se torna único.