Encontrei páginas:
algumas escritas, outras em branco;
Encontrei palavras:
algumas compreendidas, outras sentidas;
Reencontrei eus há pouco virados em nós.
Ouvi o berro do papel.
Senti o desespero da letra que não se move.
Vi o segredo sagrado dividido entre mim e as traças.
Em folhas amareladas tateei o duro fim
guardado ao lado de um romance qualquer.
Fui trocado por letras binárias mais vazias que o entorno
com suas infrutíferas repetições esquizofrênicas
trocadas por prazer e servidão
em uma extensão tão inútil quanto o corpo não amado
e agora um número.
E só então chorei palavras de todas as línguas.
E no chão folhas amassadas e esquecidas
moldavam um belo porta retrato em preto e branco
com sua ligação perdida.
Palavras esterilizam o chão.