Liberdade não tem nome

                  Não sabia por que ali estava.Mas estava feliz!Era feliz.Nem tanto.
                  Estava naquele lugar que chamava de lar apenas por estar.Era o mesmo apenas por ser.
                  Estava enjaulado.Sim!Foi o que concluíra após muito tempo e esforço ao ver pela primeira vez alguém parecido com ele aparecer voando por aí e saudando-o com o mais belo saudar que nunca ouvira.Seria ele mesmo?Um sonho que sem saber sonhara?Haveria uma gaiola maior que encobrisse o semelhante não mais que vira?Devia ter uma outra maior em seu coração...de qualquer forma estava com fome; porém, não sabia se por maldade ou não, sua ração naquele dia não havia sido depositada dentro de sua gaiola, portanto, não estava ao seu alcance por mais que tentasse e tentasse desistindo.Inveja e raiva floresciam entre as puras penas por entre as grades.Queria se movimentar mas estava demasiado fraco...além disso, começava a enxergar que o ser que vira possuía algo que não tinha: reparou que só possuía dois humildes toquinhos em suas extremidades!Não tinha asas...para que se tormentar e atormentar com pensamentos?Não era sua vocação pensar...melhor cantar...não!Não queria cantar a tristeza.Não nascera para cantar preso.Iria morrer de solidão...melhor parar...
                 O tempo passou até que abriu o que separava o solitário pássaro para a liberdade.Quem sabe agora poderia encontrar o pássaro e avisá-lo que também era livre?Sentia um misto de sensação pela primeira vez sentida: medo e uma felicidade incontida!
                 Apenas pulou e sua mente libertou até os voadores donos concluírem que o pásssaro morrera de fome.É claro que o inocente pássaro não sabia para que servia as asas que não tinha.Não tinha que saber, seria pior...
                 Os donos apenas recolheram a sujeira juntando no lixo as poucas penas desbotadas restantes.