Epitáfio

Nasceu, viveu, morreu.Início, meio e fim.
O caminho percorrido e outros desconhecidos resumem-se a uno.
Como todos, o ciclo imperfeito idealiza-se.
O ponto final espera a transmutação perfeita
de matéria a palavras
e nada mais
para um poema morto ser
por quem vive ao morrer a cada momento
e morre ao viver a cada outro momento.
A morte carrega em seu ventre a vida: a palavra.
E toda uma existência é resumida em uma única estrofe.