Engano

                    A cavalaria agora com expressões visíveis voltava de mais uma nova extenuante campanha.Muitas alegrias poderiam ser expressas caso não viesse dentro de um voltuoso caixão o pálido rei coberto em flores.Era uma só solenidade.Choro em todo lugar.Como um rei tão bom como aquele tinha que morrer?E daquele jeito? exclamavam entre choros mulheres com suas crianças nos braços que nada entendiam a não ser que deviam ficar caladas naquele momento enquanto homens apenas olhavam...e pensavam...o que será da minha família?Quem iria proteger o recém fundado país!O rei era tudo o que tinha...me deu terras e uma nova vida...daria até a minha em troca da dele para ajudar a minha família.
                    E gritava junto com outros enquanto a cavalaria passava em marcha fúnebre:
                    -Viva o rei!Viva!- e lágrimas desciam pela dura, suja e ressecada pele.
                    E como um pedido impossível realizado o rei retoma a consciência.
                    Ai meu Deus, pensava, agora descobriram do terrível mal que há tanto tempo tento esconder de todos.E concluindo o seu breve pensamento dores penetrantes sentiu em seu corpo agora todo ensanguentado.Nunca havia sentido isso antes!Ele!O grande herói de guerra!Que comandou todas as campanhas por intermédio de sua mão apontando uma localização no mapa.Nunca havia derramado uma gota de sangue.E tão triste ficou ao descobrir que o seu sangue não era azul como pensava.Era apenas ser humano no final das contas.
                    O povo entrou em pânico.Muitas pessoas desmairam.Os seus subordinados não exitaram  e enfiaram suas espadas no rei.O rei estava morto.Voltou ao seu caixão.
                    -Agora quero ver ele se levantar- gritou um que discutira com o rei na noite passada.
                    O silêncio reinava absoluto.Nem marcha mais havia...até as crianças voltarem a brincar visto ter acabado o espetáculo.